DOSES DE HUMILDADE PARA UMA GERAÇÃO PRESUNÇOSA

                           


Para comentar esse vídeo (se é que existe algo a acrescentar), estou reprisando partes de um texto que escrevi em março de 2009 com o título “Busca impactar sua geração? Então não busque”, postado no site da Caravana do Arrependimento. Segue abaixo:


Conta-se que o jovem Charles H. Spurgeon agendou um encontro na casa do reitor de um seminário onde pretendia estudar e, assim, se preparar para o grande ministério que havia idealizado. Depois de esperar por algumas horas, foi avisado pela empregada do reitor de que, por um desencontro, este tinha saído pelos fundos sem se dar conta da presença do aspirante pregador. Frustrado, Spurgeon teria orado ao Senhor e obtido a seguinte resposta em seu coração: “buscas grandes coisas? Então, não as busque”.

Infelizmente nossa geração está adotando o caminho inverso: fala, canta e sonha em “impactar a geração” e “conquistar nações”, entre outras expressões semelhantes.

Aprendo com Spurgeon (e reforço agora com o Pr. Paul Washer) que quando entendemos o conceito e o papel de ser nada mais que um instrumento não há mais lugar para a busca de grandes obras e grandes méritos. O que resta é a entrega, a rendição.

E faz parte de uma rendição incondicional não sugerir para Deus o que Ele deve fazer com a nossa vida. Ele usa quem quer, quando quer e da maneira que quer, sem precisar prestar contas a ninguém, inclusive ao instrumento. Deus é Deus. Render-nos a Ele como simples instrumentos significa admitirmos que não podemos fazer nada por nós mesmos. Isso elimina até a mínima coisa que poderíamos supor que somos capazes de fazer.

Só porque temos a opção (e na verdade não temos) de ser desobedientes à vontade de Deus, isso não significa que, quando obedecemos e o Senhor nos usa como instrumentos, haja algum mérito em nós. “Porventura gloriar-se-á o machado contra o que corta com ele? Ou presumirá a serra contra o que puxa por ela?” (Isaías 10.15).


Aliás, não é contraditório pedirmos para Deus nos usar e, ao mesmo tempo, presumirmos que estamos agindo?


O instrumento não realiza, não impacta, não faz a diferença. Apenas se rende. E essa é a busca: a rendição.


Diogo Carvalho

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" Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona

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