AUTOTESTE DE HIPOCRISIA

E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?” (Mateus 7.3).

Uma coisa que aprendi na minha caminhada cristã é que devo pensar duas vezes antes de acusar alguém de ser um crente hipócrita.
Geralmente quem gosta de pegar o megafone e se mostrar como um “profeta contra a hipocrisia” não é humilde para perceber que acabou de subir no caixote da presunção.
Para eliminar o risco de nos tornarmos os primeiros hipócritas, sugiro que façamos um pequeno teste:


1. Se eu gosto de questionar a forma como minha igreja administra os dízimos e as ofertas, devo antes me perguntar: sou dizimista e ofertante?
(Para pensar: é honesto alguém querer fazer generosidade com o dinheiro suado dos poucos irmãos que sustentam a obra financeiramente?)

2. Se eu gosto de me sentir um defensor heróico da verdade, devo antes me perguntar: sou um estudioso da Palavra de Deus?
(Para pensar: é seguro alguém dizer que tem absoluta certeza da vontade de Deus sem estudar a Bíblia?)

3. Se eu gosto de criticar a falta de amor ao próximo na igreja, devo antes me perguntar: o quanto tenho dedicado do meu tempo e dinheiro para a obra de beneficência?
(Para pensar: é autêntico alguém dizer que a igreja deveria fazer mais nas causas sociais, porém sem que esse alguém esteja disposto a abrir mão um milímetro de seu conforto pessoal?)

4. Se eu gosto de julgar o grau de espiritualidade da minha igreja, devo antes me perguntar: quanto tempo consagrei a Deus hoje em oração?
(É justo alguém dizer que a igreja está espiritualmente fraca se não ora a respeito e nem se apresenta como voluntário para algum ministério?) 

Diogo Carvalho

Prepotência


“Naqueles dias, sendo Moisés já grande, saiu a ter com seus irmãos e atentou a suas cargas. Viu que um egípcio feria a um Hebreu dentre seus irmãos. Olhou de uma banda a outra, e vendo que ninguém ali havia, matou o egípcio, e escondeu-o na areia. Tornou a sair no outro dia, e viu dois hebreus que se contendiam. Perguntou então ao culpado: porque o feres? Este lhe respondeu: és tu posto como príncipe ou juiz sobre nós? Pensas matar-me, como fez ao egípcio? Neste momento, Moisés tremeu.”

            Estes versos encontram-se no início do livro de Êxodo, no capítulo dois, dentre os versículos onze e quatorze. Moisés se encontra com a sarda ardente no capítulo três desse mesmo livro, o que significa que, nessa época, nem tão temente era a Deus. Sua prepotência foi suficientemente grande para realmente dar-se como juiz, ou príncipe dentre outros, talvez iguais, ou melhores que ele. Essa mesma prepotência existe hoje em nós, que mais que servos, somos, antes de tudo, pecadores e indignos da misericórdia – e, principalmente, da graça – de nosso bom criador. Poucos versículos depois, já no capítulo três, versos doze, quatorze e quinze respectivamente, nós temos a seguinte leitura: disse lhe Deus: certamente eu serei contigo. E isso te servirá de sinal de que eu te enviei; disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. E disse mais: assim dirás quando chegares aos filhos de Israel: o EU SOU me enviou até vós; disse mais Deus a Moisés: assim dirás ao povo de Israel: o senhor Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, de Isaque, e de Jacó, me enviou até nós.

            Às vezes, quando cheios de nossa prepotência– que, natural e infelizmente, é humana- esquecemos de algo muito importante: o que nós somos. A história de Moisés, mesmo que cheia de feitos incríveis e imensuráveis, ou inimagináveis, mostra, no final de tudo, um ser humano. Um ser humano que, como qualquer outro cometeu erros, que serviram para o início de seu ministério, assim como outros que, por exemplo, impediram-no de entrar na terra prometida. O erro demonstrado por Moisés entre os versos onze e quatorze do Capítulo dois, porém, falam de algo que se deve sempre lembrar, antes de qualquer ação, pensamento ou demonstração inconsciente: que nós, não só como pecadores, mas por servimos a alguém maior e mais perfeito, devemos colocá-lo à frente de todos os atos. Talvez - talvez não, isso nos é certo - assim, não tenhamos nunca que, depois de levarmos nossos problemas e relevâncias, pessoais ou não, com nossas próprias mãos, enterrá-los na areia para que, em vão, não encontrem os outros nossos desvios e erros.
A paz.
Gabriel Lares

Edificando a mim mesmo II





Para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. ( João 17. 21)





Esse foi o versículo chave do retiro espiritual desse ano. O tema foi "UM POR TODOS E TODOS POR UM”, com o louvor “Seremos Um”. As pregações eram focadas para o amor ao próximo e a igreja é o corpo e Cristo a cabeça.

"Jovens, escrevo-vos, porque vencestes o maligno. Eu vos escrevi, filhos, porque conhecestes o Pai...Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno." (1 João 2. 13-14)

Quando fui para o retiro, estava chateado e com o coração magoado, mas ouvindo as pregações e conversando com alguns amigos.  Percebi que tenho que amar o meu irmão, mesmo estando magoado e não devo fazer com ele aquilo que não quero que façam comigo. Durante a semana que antecedia até no ultimo dia, Deus me deu paz e entendimento para que a razão não fala-se mais do que a emoção.

"Já vi muitas coisas, 

outras eu nem quis ver 
e outras eu prefiro esquecer.

Já me viram sorrindo, 

Já me ouviram gritar,

Já me fizeram chorar



Mas não, nunca pensei em desistir 

Pois sei, Eu sei... 

Que posso confiar em ti"


Não precisamos de um retiro, congresso ou algo parecido para Deus falar conosco, mas é lá que estamos mais sedentos para ouvi-lo e sentir ainda mais o amor e a misericórdia dele. Aprendi ainda mais a amar os meus irmãos em Cristo, mesmo que às vezes doa um pouco. Sei que sempre tenho que respeitá-los e valorizar as virtudes, dons e seus ministérios e compreender as suas falhas e defeitos, para termos uma comunhão verdadeira e sentir-mos a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.

"Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine.
Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, mas não tiver amor, nada serei.
Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, mas não tiver amor, nada disso me valerá.
O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha.
Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor.
O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade.

Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." 
(1 Coríntios 13. 1-7)


Deyved  Guimarães

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