ADORAÇÃO A DEUS E CONTEMPLAÇÃO DA NATUREZA

Fui positivamente provocado ao ler um belíssimo texto do Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho. A partir dele, firmei algumas conclusões, aplicando-as à nossa temática mensal: “uma igreja relevante na adoração”.



Uma onda neo-panteísta tem procurado encontrar lugar na celebração das Igrejas (culto comunitário). O panteísmo prega que o universo (natureza) e Deus são idênticos, logo, não se acredita no Deus Criador. Para os panteístas, o relacionamento com a natureza é a melhor maneira de interpretar (e encontrar) Deus. Essa visão fere frontalmente o que a Bíblia diz, por isso é classificada como herética
.
O perigo do panteísmo no culto da comunidade de fé é o individualismo que vem com ele. Perde-se a ênfase no ajuntamento solene e passa-se a valorizar a expressão solitária diante da criação. Para quê vir ao templo, se você pode acordar bem cedo e meditar diante do nascer do sol? São propostas dessa maléfica e infundada doutrina.

Isso é perigoso demais, porque desmerece a reunião do povo de Deus e exalta a “adoração pessoal”. O coletivo dá lugar ao indivíduo, valendo apenas o que a pessoa faz e como ela se sente, com isso, a Igreja não é relevante. É a “privatização da adoração”. Templo passa a ser sinônimo de “lugar chato”. Isso é sutil, mas faz um estrago imenso!

E tem mais perigo: adoração passa a ser contemplação da natureza, e não adoração a um Deus pessoal, com a família de Deus. Cultuar a Deus torna-se admiração, êxtase, gestual, não reflexão que leva à ação. A ética é omitida. Deus é mais o Criador que o Redentor. É mais a Força que o Santo. Adoração é contemplar a criação, e não se render diante do Redentor. Por isso, a igreja evangélica no Brasil, que enfatiza tanto o êxtase e o ruído, tem problemas sérios com ética e caráter.

Um último perigo: Igreja é irrelevante. Adora-se a Deus na contemplação do universo, ao invés de ficar cá dentro, ouvindo a Palavra. São valorizados os sentimentos e não o culto comunitário. Por isso, de vez em quando, se ouve: “não preciso da Igreja para seguir a Jesus”. De onde se tirou tal insensatez? Esta declaração já mostra que não está seguindo a Cristo, mas sua ideia própria. Jesus amou, fundou a Igreja e nos inseriu nela. Crentes combatentes da Igreja são vaidosos, cheios de si ou estão em pecado. Ou, ainda, ruins de relacionamento. Não sabem viver em grupo e o atacam.

Culto comunitário é a reunião do povo de Deus e não a contemplação da natureza. A salvação é individual, mas não individualista. Que se dê mais foco ao Criador e menos foco à criação. Mais foco no ambiente interno – a comunhão dos santos – e menos no ambiente externo e na pessoa.


Elildes Junio Macharete Fonseca

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" Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona

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